sábado, 3 de dezembro de 2011

Cap[itulo 13 - De volta à realidade, faculdade, tanto faz!

     O fim de semana acabou e com isso o retiro infelizmente também.De volta á faculdade , tinham que pensar nos estudos novamente, na correria, mas enfim, é a vida! As duas se dedicavam para ir bem. Tá bom eu admito. Nem sempre! Às vezes uma noite com amigos e pizza era mais legal do que uma noite estudando! Mas no fim, tudo acabava dando certo, mas claro com uma ajudazinha extra de Deus! O fim de semestre já estava chegando ao fim e com isso as finais. É, algumas são inevitáveis e para estudar um pouco mais Larissa resolveu ir para a faculdade um pouco mais cedo. Para ela um pouco cedo demais! E ainda por cima ela teve que ir de ônibus hoje. Não que ela não gostasse, mas vocês sabem, é bem mais confortável ir de carro, ela preferia até ir de bicicleta, ou a pé, mas as vezes não tinha outro jeito. O dia estava ensolarado, bonito! Este vai ser um dia bom, valeu a pena ter acordado mais cedo!pensava ela enquanto caminhava até o ponto de ônibus. E logo em seguida, com toda classe e desatenção do mundo, pisou em uma poça de água. Não é maravilhoso quando isso acontece? Nojento! Mas ela resolveu que nada poderia estragar seu dia hoje e além do mais estava de havaianas e com o sol, secaria logo. Não demorou muito até que o ônibus chegasse e ela sentou-se ao lado de um rapaz. Ele a lembrava de alguém, mas quem?
     - Olá!
     - Oi! - ela olhou para cara dele e percebeu que era o Matheus, o aluno que conhecera na aula de inglês. Ela estranhou um pouco. Primeiramente por que ela não falava com ele além de um "oi" e "tchau" de vez em quando, ou um comentário qualquer. E segundo, ele falou "olá". Quem é que fala olá hoje em dia? Eu sei, eu sei. Várias pessoas ainda falam olá hoje em dia, mas ele? Não. Não faz a cara dele!
     - Você não costuma pegar ônibus, não é?
     - Prefiro outros meios.
     - Por que? Acho interessante andar de ônibus! Observar as pessoas, coisas engraçadas podem acontecer.
     - Tipo?
     - Tipo ver uma moça distraída pisando em uma poça de água!
     - Você viu isso? Ops! Mas continuo preferindo outros meios.
     - Então tá! Meu irmão também não gosta muito disso. não sei o que essas pessoas tem contra andar de ônibus.
     O resto do trajeto passaram em silêncio. mas mesmo assim ela se sentia confortável ao lado dele, não se sentia pressionada a falar alguma coisa pra quebrar o silêncio. Depois de descer do ônibus ainda tiveram que caminhar um pouco até chegar no prédio, que por acaso era o mesmo.Fizeram esse trajeto conversando animadamente.
     - Até daqui a pouco!
     - Até!
     Lari ficou um tempo [arada ainda vendo ele ir em direção a sala dele e foi inda para a sua pensando sobre o que acontecera. "Como é que eu nunca falei com ele? Ela me parece ser bem legal e divertido, tem um ótimo senso de humor! Na verdade, no primeiro dia em que ele veio para a aula, tinha achado ele meio estranho. Divertido, mas de algum jeito meio diferente dos outros, talvez seja por isso que não falei com ele.

          Lari_s2 Pode flr?

          Gabi.Flower: com ctza. a aula de fisiologia vegetal está taaaaao legal!

          Lari_s2 Sei... vc lembra daquele aluno q eu falei pra vc?

          Gabi.Flower: Hããã?

          Lari_s2 No começo do semestre

          Gabi.Flower: Aquele loiro?

          Lari_s2 Ñ, um ruivo

          Gabi.Flower: aquele feio da sala de ingles?

          Lari_s2 aham

          Gabi.Flower: o q q tem ele?

          Lari_s2 eu encontrei ele no onibus hj

          Gabi.Flower: eu ja falei, vc tem q andar mais de onibus. coisas boas podem acontecer!

          Lari_s2 vc parece ele falando

          Gabi.Flower: entao quer dizer que ele concorda?

          Lari_s2 chega neh

          Gabi.Flower: ok, o q q vc ia falar dele?

          Lari_s2 a gente começou a conversar e até q nem foi tão ruim. ele é bem divertido!

          Gabi.Flower: vc gostou dele

          Lari_s2 nao desse jeito. vc me conhece

          Gabi.Flower: nunca é tarde pra mudar de ideia

          Lari_s2 eu n vou mudar de ideia.

     Gabi já sabia, e como, que Lari tinha uma ideia meio diferente sobre namoro. Queria esperar por aquele que Deus preparou para ela e namoraria apenas com ele, visando o casamento. Gabriela respeitava a ideia, mas não quer dizer que concordava. Não que ela queria ter muitos namorados e tal, mas não se preocupava muito com isso e quando chegasse a hora, ia ver no que dava. Até achava romântica a ideia da amiga, mas no fundo achava meio difícil de cumprir uma promessa dessas de dar o primeiro beijo no altar, no casamento. Achava que beijar também era uma parte importante do namoro. Lari também respeitava sua amiga e nas conversas que tinham sobre o assunto falava que não tinha nada contra a ideia dela, mas que Deus a tinha orientado desse jeito no seu relacionamento com o futuro marido. E sempre acrescentava dizendo que Deus é o melhor e mais criativo autor de romances maravilhosos e que o romance de  uma não vai ser melhor ou pior, apenas o modo de chegar ao final feliz eram diferentes! Ops, desculpem a enrolação, vamos voltar para a conversa das duas:

          Gabi.Flower: mudando de assunto, vc vai almoçar em ksa hj?

          Lari_s2 ñ vo almoçar na facul msm, tenho um trab pra fazer na biblioteca depois.

          Gabi.Flower: ok. eu vou ajudar a angela no serviço depois. entaum n precisa esperar por mim.- Pequena interrupçào de novo! Angela, uma amiga da igreja trabalhava como garçonete num restaurante elegante na cidade. Infelizmente tinha um bar ao lado, mas isso é coisa pra depois. E às vezes precisavam de uma ajudazinha extra e Gabi não recusava, já que pagavam bem e venhamos e convenhamos, um dinheirinho a mais nunca faz mal!
     Mal tinham se despedido, a aula acabou! Finalmente pensou Lari. As duas na verdade! Larissa seguiu para a sua sala de inglês e no caminho se encontrou com Matheus.
     - Você por aqui?
     - Pois é, quanto tempo!
     - Que aula você teve agora?
     - Uma linda e maravilhosa aula de matemática básica!
     - Você faz matemática industrial?
     - Ahm, não!
     - Você quer ser professor? - Isso ela falou meio que tentando disfarçar o riso, não conseguia ver ele dando aula!
     - Também não!
     - Então como...
     - Eu estou fazendo bacharelado!
     - Você ... é ... louco...- Ela olhava para ele com uma cara muito espantada, ele teve muita vontade de rir da cara dela. Parecia mesmo que ela estava em choque. Enquanto isso, já tinham entrado na sala de inglês e lari foi se sentar no mesmo lugar de sempre. Só que não reparou que estava só a mesa lá. Sem a cadeira.
     - Larisss...
     Bem que Matheus tentou avisar, mas já era tarde. Larissa estava no chão. Rindo, muito! Matheus não conseguiu mais segurar o riso. Estava rindo tanto que o resto dos colegas que estavam na sala olharam para eles. Alguns também não se aguentaram e começaram a rir, outros ficaram parados, sem saber se riam ou não. Até ela se tocar do que acontecera e começar a rir também.
     - E o senhor cavalheiro não vai ajudar esta pobre moça a se levantar? - perguntou a professora, que observou tudo!
     - Eu acho que não! respondeu ele na maior tranquilidade.
     - Tudo bem, eu consigo sozinha! falou ela levantando sem antes repetir que ele era louco!

   

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Capítulo 12 - Diversão no dever

- E o vencedor ou a vencedora é, é, é Rafael! Parabéns!
Ele foi aplaudido por todos, inclusive Larissa, que teve de engolir a perda. Humildemente foi cumprimentar o ganhador.
 - Eu preciso conhecer essa tua avó, ou pelo menos as receitas dela. Para ganhar dos meus bolinhos a receita tem que ser boa mesmo!
 - Eça com certeza vai amar te conhecer.
 Os dois foram interrompidos por André, que queria falar com Rafael sobre algum assunto particular. Lari aproveitou para ajuntar a louça e começar a lavar a louça. Como era de costume, enquanto o fazia gostava de passar o tempo falando com Deus. Estava orando pelo retiro, pelos líderes, pelos outros jovens que esse retiro fosse abençoador para todos. Quando finalizou a oração com um amém, escutou o mesmo de outra pessoa. Assustada olhou para trás, virando apenas o rosto pois estava com as mãos cheias de sabão dentro da pia. Viu Rafael vindo em sua direção com um pano de prato na mão.
 - Você não precisa me ajudar. Era o trato: quem perdesse ia arrumar a cozinha.
- Mas eu quero! Posso, por favor?
- Se você insiste.
Você estava orando agora pouco?
 - Sim, eu tenho um pouco de dificuldade em fazer a oração em um tempo pré-determinado ou antes de dormir. Ás vezes acabo dormindo antes do amém, ou esqueço.
 - E aí você aproveita o tempo enquanto está lavando a louça?
- Aham, na verdade, aproveito para fazer isso em várias ocasiões.
- Como?
- Enquanto eu lavo a louça, passo a roupa e faço os serviços de casa em geral. Ou também ás vezes quando ando de ônibus ou em qualquer outro lugar que eu sentir a necessidade.
- Muito interessante. Talvez eu começa a fazer isso também. Mas uma coisa preciso dizer, você é uma menina exemplar. Já sabe lavar a louça, limpar a casa, muito bem!
- Como se eu tivesse outra opção. Você acha que minha mãe me deixaria sair de casa se eu não soubesse fazer pelo menos isso? De jeito nenhum!
- Essa história eu conheço!
- Por que? A sua mãe também te obrigou a aprender tudo isso?
- Sim, mas como eu moro com a minha querida mãezinha, eu não preciso fazer nada disso. Mas se algum dia eu precisar, saberei fazer.
- Uau! Então qualquer dia desse quando estiver com preguiça de arrumar a casa posso contratar teus serviços?
- Mas é claro! Mas já vou avisando: eu cobro bem bem pelo meu trabalho.
- Ah é? E quanto o senhor cobra?
- Bem, normalmente eu cobraria cem reais a diária e claro dois vale refeição e mais o vale  transporte. É claro que também aceito gratificações no final do trabalho se achar que foi bem feito, o que é obvio. Tudo o que eu faço fica perfeito, na verdade, eu sou  perfeito.
- Claro! E muito humilde também! 
- Sempre! - ele falou essa últimas frases com tanta convicção e confiança que ela não aguentou . Dobrou sua mão em forma de conchinha, mergulhou ela na água com sabão e jogou ela bem na cara de Rafael. 
 Não estava esperando por isso, mas reagiu rapidamente. Pegou a espoja, que estava no canto da pia, mergulhou-a na mesma água com sabão. Uma mão colocou por cima dos ombros de Larissa para segurá-la e com a outra  espremeu a água dentro da esponja em cima da cabeça dela, molhando todo o seu cabelo. Isso aconteceu tão rápido que ela só se tocou do que estava acontecendo quando sentiu a água escorrendo pelo canto do seu rosto. E soltou um gritinho que só ela era capaz de dar.
 O acontecimento seguinte era quase inveitável: guerra de água! Entre mais esguichos e "mãozadas" de água os dois quase não se aguentavam de tanto rir. De repente seguraram a risada e tentaram ficar sérios. Viram Felipe entrando pela porta do refeitório e se viraram rapidamente para a pia e fingiram estar trabalhando. Mas foi muito difícil segurar o riso. Felipe não deu três passos que eles já estavam gargalhando novamente, e, de qualquer forma o cabelo, o rosto, a roupa, o chão, tudo estava tão molhado que denunciava eles!
 - O que os senhores estão aprontando?
 - A gente? Nada, só estamos arrumando a cozinha. Não parece?
 - Eu preciso responder? Eu acho que esse chão já diz tudo!
 - Que nada a gente só queria aproveitar pra limpar o chão também já!
 - Ah, tá bom. Vou acreditar em vocês, ou fingir que acredito! Mas falando sério já está quase na hora do silêncio e pelo que eu estou vendo, vocês ainda vão ter que tomar um banho. Vou dispensar vocês dessa vez, mas só dessa vez, hein. E só por que o lanche estava realmente bom. 
 - Muito obrigada Felipe, você é o melhor líder do mundo! 
 - Obrigado, agora vão logo.
 Os dois saíram as gargalhadas, Lari estava tão desatenta que se Rafael não tivesse segurado sua mão depois de ela tropeçar teria caído no chão e rolado morro abaixo! Nem viram Felipe sorrindo para eles lembrando dos tempos de retiro dele, quando também fizera algo parecido e foi aí que conheceu Karina, mas isso já é outra historia! 
 Durante o resto do retiro ainda fizeram muitas brincadeiras, uns aprontaram com os outros, tiveram bons momentos na presença de Deus e se divertiram muuito ainda! Chegando em casa Lari e Gabi foram direto cada uma para o seu quarto e dormiram de tão esgotadas que ficaram do retiro!

domingo, 16 de outubro de 2011

Capítulo 11 - Quem será?

Larissa e Rafael se encontraram no refeitório. Estavam anciosos para saber o que teriam que preparar, quais ingredientes poderiam usar. Miguel, que era o responsável pela cozinha chegou um pouco atrasado mas com uma caixa cheia de ingredientes. Rafael aliviou-o e pegou a caixa e colocou-a no balcão.O chef fez um sinal para os dois oara que o seguissem até a cozinha. Mostrou a eles onde poderiam achar o que e foi resolver outras coisas.
- Vocês tem uma hora e meia pra terminar. Mãos a obra então!
- Aqui tem tanta coisa que nem sei por onde começar, não tenho ideia do que fazer! - Disse Lari olhando para dentro da caixa.
- Bem eu já sei. - falou Rafael, pegou sua bíblia e sentou em uma cadeira que estava encostada na parede.
- Você pode me dizer qual é essa passagem da bíblia que tem uma receita, por que eu nunca vi. Ou é o seu lugar secreto para guardar elas?
- Não, o único lugar onde eu guardo as minhas receitas é na memória.Eu só estou aproveitando o tempo para fazer a minha leitura enquanto espero o tempo passar.
- Ah tá.
- Mas não se incomode comigo. Pode ir fazendo a tua receita tranquilamente.
- É claro. - o que será que ele está pensando em fazer? Bem, não vou me preocupar com ele. Desse jeito a vitória já é minha. Vamos ver o que tem dentro dessa caixa... farinha de trigo, ovos, sal, açúcar, granulado... humm, um granulado ia bem em cima de cupcakes. Cupcakes! É isso mesmo que eu vou fazer! Mas, e as forminhas? Com certeza não deve ter forminhas aqui dentro. Procura, procura, não tem mesmo e agora? Xícaras! vou fazer dentro das xícaras mesmo. Agora sim que tenho a vitória em mãos. Não existe coisa melhor que cupcakes. Coitado dele vai ter que lavar toda essa louça.

Lari se apressou para juntar tudo e começou a fazer temendo que não ia dar tempo. Ligou o forno pra esquenta. Enquanto batia a massa na batedeira Rafael se levantou pegou uns pacotes de bolacha amassou eles e juntou em uma massa com margarina. Fez algo no fogo, o que parecia ser um brigadeiro branco por causa da lata que ele colocou do lado da pia. espalhou isso sobre a massa, colocou ela na geladeira e foi sentar de novo. Ela já estava começando a ficar intrigada e curiosa sobre o que ele faria. Estava se apresando para conseguir terminar tudo a tempo. Enquanto já colocava a primeira formada no forno fazia as outras e começou a fazer a cobertura. Ela viu que ele levantou novamente, tirou a massa da geladeira, derreteu chocolate espalhou sobre ela e colocou a forma na geladeira de novo e foi continuar a leitura dele.

Larissa estava ficando mais angustiada a cada momento, como ele poderia simplesmente ficar quase todo tempo sentado enquanto ela estava dando duro para fazer o lanche dela. Mas haveria uma recompensa para isso. E com haveria. Para enfeitar  a cobertura, pegou uma sacola de leite já que não tinha bico lá.

- Terminei!- afirmou ela olhando satisfeita para o seu trabalho. seria muito difícil ela ganhar dela. Os docinhos ficaram profissionais.
- Você se atrasou um pouco. Você realmente caprichou, hein.
- Claro, não estou afim de lavar a louça. Ao contrário de outros que parecem não estar nem aí com a competição. Prepare-se, pode ir colocando um avental já por que a louça vai ser bastante.
- Você que pensa que eu vou perder essa. Com essa receita da minha avó ganho qualquer competicão gastronômica!
- Convencido.
- Você ainda vai ver que tenho razão.
- Ou não!

- Vamos servir isso logo, o pessoal já deve estar esperando. E com fome!
- Então tá. - disse ela e foi logo pegando a bandeja de madeira onde as xícaras estavam posicionadas caprichosamente, mas na hora de levantar percebeu que estava um pouco pesado. Bem nessa hora Gabi entrou pra conferir se o lanche ainda saia pra essa noite.
- Será que você poderia me dar uma mãozinha aqui? - perguntou ela à amiga.
- Claro! Nossa você se superou hoje, eles tão com uma cara muuuito boa. Com certeza você vai ganhar! - respondeu a amiga olhando pro prato de Rafael e se espantou quando viu o que tinha ali.- O que é isso? Você acha que com essa coisa fininha aí você vai conseguir ganhar desse cupcakes Rafael?
- Espere até você experimentar pra julgar. Nunca julgue uma comida pela aparência! - respondeu ele convicto e calmo, como tivesse certeza de que seria o melhor doce já inventado na face da Terra.
- Então vamos logo que eu quero experimentar se isso é tão bom quanto você diz.

Levaram os dois pratos para o refeitório. Karina orou pelo alimento e explicou para os outros que foram escolhidos para serem cobaias e juízes essa noite. Cada um poderia experimentar dos dois pratos e depois escrever em um pedaço de papel qual gostou mais e colocar dentro da urna meio improvisada: o boné de Tiago. Todo pessoal se animou e trataram logo de fazer o árdua trabalho de julgar o melhor.

- Você não vai experimentar o melhor doce do mundo Lari? - provocou Rafael.
- Já experimentei o cupcake e concordo com você é o melhor do mundo.
- Eu estava falando do fininho mesmo.
- Ah é assim que você chama aquele negócio?
- É
- Não, não experimentei ainda, as chances de eu passar mal são muito grandes.
- Haha, claro. - respondeu ele ironicamente e se levantou para buscar um para ela. - Aqui, o melhor pedaço!
 Ela experimentou e não pode acreditar. Era bom meeesmo. ela começou a perder um pouco dessa confiança toda de que o dela seria o melhor, mas é claro que não ia s isso pra ele. Em vez disso começou a tossir como se estivesse engasgando.
- Como você pode achar que isso concorre com o meu prato. Isso aqui não ganha nunca.
- Ah Lari fala sério. Você gostou que eu sei. Não tem como não gostar disso!

Teriam continuado a discutir mas Karina interrompeu-os quando pegou a "urna' e foi tirando os papéis de dentro. Michelle anotava em um quadro negro os que cada um ia recebendo o voto. Estava empatado para os dois e dentro do boné havia ainda três papéis. Ela terminou de anotar e finalmente falaria o resultado.
- E o vencedor ou vencedora é... gente só pra lembrar: quem perder vai ter que lavar a toda a louça do lanche tá?
- Aham.
- E então o prato campeão é do, da ... sério eu estou com pena de quem vai ter que lavar essas xícaras todas...
- Para de enrolar Karina!
- Então tá bom! O vencedor ou a vencedora é...





quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Capítulo 10 - Implicância


Gabriela não esperou muito para começar a ralhar com Alex. Mal tinham terminado de almoçar e Felipe já designou as equipes para ajudarem na cozinha. Uma das duplas que ele escolheu para ajudar já no almoço foram Gabi e Alex. Ela queria terminar tudo já de ma vez por todas para se livrar o trabalho e ir passear um pouco pela chácara. Apesar de que, não era só do trabalho que ela queria se livrar, era do companheiro de trabalho mesmo. É claro que ele ficou super feliz em ser escolhido para arrumar a cozinha, então Alex se sentou em uma cadeira e ficou olhando as outras pessoas arrumarem tudo. Gabi não aguentou por muito tempo ver ele daquele jeito sem fazer nada.
- Vai fazer alguma coisa.
- Por que eu deveria.
- Por que nós dois fomos escolhidos para ajudarmos na arrumação da cozinha. E pelo que eu sei não existe dupla de uma pessoa. Infelizmente.
- Pois eu acho que já tem gente demais trabalhando na cozinha.
- Então ta. Você pode limpar as mesas então.
Ela levou mais algumas sobras para a cozinha. Quando voltou ele estava parado na frente da mesa e disse que já tinha terminado. Ela olhou para a primeira mesa. Para a segunda. Se uma criança de cinco anos tivesse que fazer a mesma coisa teria ficado melhor.
- Você chama isso de limpar a mesa? A tua mãe não te ensinou a fazer isso?
- Tentar até que tentou...
- Então você não teve capacidade de aprender uma coisa simples como essa?
- Ter capacidade e ter vontade são duas coisas bem diferentes.
- Ah. Então foi falta de vontade é? Mas agora vai ter que aprender. Com vontade ou sem, você que decide. Espera só um pouco.
Ela nem deu tempo para que ele pudesse dizer alguma coisa, foi até a cozinha e disse aos outras duplas que estavam á que poderiam deixar alguma coisa para ela fazer depois. Que ela primeiro teria que ensinar um tal de garoto mimado como se limpa uma mesa direito. Pegou mais um pano e voltou ao refeitório.
- Pronto. Podemos começar a aula de hoje: como limpar uma mesa direito. Um, Pegue um papel toalha, guardanapo ou um pano para limpar a poça de suco. Dois, ...
- Calma aí, pode ir parando. Se você acha que eu vou ficar obedecendo o que você me manda fazer está muito enganada. Eu não vou limpar mesa nenhuma, muito menos seguir tuas ordens. Senhorita sabe-tudo. Que perda de tempo.
- Ah. Então é assim? Pois eu vou te dizer uma coisa. Eu também não estou afim de perdendo tempo com essa coisa. Com você...
- Então...
- Mas eu não vou sair daqui com essas sujas. E pode apostar que não vai ser eu quem vai limpar elas.
- Meu, que irritante você.
- Pode de chamar de irritante e do que mais você quiser, desde que essas mesas fiquem limpas.
Ele finalmente viu que ela não ia largar do pé dele até que ele fizesse o serviço. Engoliu o orgulho, afinal, ninguém estaria vendo ele mesmo. E no final das contas ele até caprichou um pouco.
- E então? Satisfeita?
- Poderia ser melhor. Mas está aceitável! – disse ela e saiu do refeitório deixando ele lá parado.
- Como assim poderia estar melhor? Aceitável? – perguntou a si mesmo., Se ela pensa que vai ficar assim... Eu ainda vou conseguir tirar um elogio da boca dela. E vai ser nesse retiro ainda!

Gabriela foi caminhando até o chalé de madeira em estilo antigo. Na frente tinha uma pequena varanda e ao redor dele havia flores plantadas. Nela iriam dormir ela em mais oito meninas e também Karina. Larissa, Ângela, Juliane estavam sentadas nas camas conversando. Gabi mal entrou no chalé e já começou a reclamar.
- Como eu posso ser tão azarada? Esse piá é um chato, ele me tira do sério!
- O que aconteceu Larissa querida? – perguntou Ângela – Abra o seu coração!
- Ai, vocês nem imaginam como aquele mimado pode ser irritante na hora de arrumar a cozinha eu pedi para ele que ele só limpasse as mesas. Só isso. Aí ele disse que não ia fazer nada. Vocês sabem que eu não me irrito com facilidade, mas isso foi o cumulo. – Ela suspirou e se jogou dramaticamente em cima da cama. - Eu não vou agüentar isso o fim de semana inteiro.
As amigas dispararam a rir. Ela as olhou com um olhar de desentendida. - Gente, vocês deveriam estar no meu lugar. Ele é insuportável. – Isso não ajudou muito para que elas parassem de rir.
- Essa implicância toda ainda vai acabar em namoro! – Comentou Larissa
- Nem pense em uma coisa dessas!
- Por que não? Ele é um gato! Vai dizer que você nunca reparou nos olhos dele? Castanho escuros, tão penetrantes.
- E o cabelo? É perfeito! A mesma cor dos olhos, meio ondulados, meio compridos, até a nuca.
- Ele parece um príncipe de filme!
- Não exagera Ju!
- Se vocês acham ele tão lindo e tudo mais, por que não trocam de dupla comigo? Alguém se voluntaria?
- Bem que eu queria! – disse Juliane
- Eu não trocaria a minha dupla com ninguém! – Disse Larissa. Isso resultou num coral de “Aaaahhhhnnns” e logo em seguida “Tem alguém apaixonada, tem alguém apaixonada, tem alguém apaixonada,...”
- Não é pra tanto! É só que eu gostei da companhia dele, de conversar com ele. Apesar de que eu tenho a impressão de que ele tem dificuldade de falar sobre alguns temas. Parece que em algumas áreas tem uma barreira invisível.
- E quais seriam esses temas? Tem alguma coisa a ver com o passado dele?
- Eu acho que sim. Deve ter acontecido alguma coisa na família dele.
- Ele te contou alguma coisa?
- Só bem pouco, nada que parecia suspeito.
- Nós estamos atrasadas! – gritou Ângela de repente – já são 2:40, nós deveríamos estar 2:30 na capela.
As quatro meninas saíram correndo até a capela. Tinham que atgravessar todo o campo. Como era quase inevitável, Gabi tropeçou no meio do caminho e caiu. Ela tentou levantar, mas estava com muita dor no tornozelo. Ângela e Juliane continuaram correndo até a capela para buscar ajuda. Larissa ficou com ela lá.
Elas ficaram aliviadas quando perceberam que estavam no período de louvor e poucos perceberam quando elas entraram disfarcadamente pela entrada dos fundos. Elas foram falar com Karina. Ela sugeriu que pedissem ajuda a alguém para ajudar a trazer Gabi para a salinha nos fundo da capela. E lá ela teria que esperar até que o período de louvou terminasse pois Suelen que estava fazendo um curso de enfermagem e podeia ajudá-la estava cantando.
Guilherme ouviu a conversa e se ofereceu para ajudar. As duas meninas o levaram até o local onde Gabi estava sentada. Depois de algumas tentativas falhas concluíram que seria mais fácil se ele a carregasse no colo. Para ele, que tinha porte de atleta não foi problema nenhum. Ele a pegou gentilmente como se ela fosse uma escultura frágil que por qualquer movimento brusco poderia ser quebrado. Ele wentou ela em uma cadeira na salinha. E mesmo depois de Suelen ter chego ele se recurou a sair antes se ter certeza de que estava tudo bem com ela.

domingo, 28 de agosto de 2011

Capítulo 9 - A melhor coisa!


- Ele foi embora mesmo? –perguntou Larissa a Gabi, depois de ter escutado o que aconteceu nos últimos dias. – Assim do nada?
- Isso mesmo amiga, não sei o que deu nele. Eu acho que ele estava cansado, triste, com raiva, tudo ao mesmo tempo. Ele precisava descansar um pouco. Tomara que ele me escreva.
- Mas assim... Você gostou dele?
- Como assim?
- Se você gostou dele, achou ele bonitinho,... Ah você sabe!
-Ahhhh se eu gostei dele? Sei lá, a gente se encontrou no hospital, no outro dia a mãe dele morreu, eu nem pensei muito em algo desse tipo.
- Ah, fala sério!
- Ta bom, eu achei ele bonito, nada mais. E aqui? Alguma novidade?
- Não. Tudo na mesma chatice de sempre. Quer dizer, quase!
- E o que foi digno o suficiente para fugir da chatice?
- Então, aquele fim de semana que você tava viajando, eu convidei algumas pessoas do grupo de jovens para irem lá em casa. Foi muito divertido, mas pra variar eles deixaram a sala um pouquinho desarrumada e o Rafael me ajudou a arrumar as coisas. Aííí...
- E aí?... o que vocês aprontaram?
- Nada. A gente só conversou um pouquinho e a gente combinou de fazer uma competição culinária na próxima vez que a gente se encontrasse com os jovens.
- Que por acaso é hoje, a gente não está indo pro retiro? COM o grupo de jovens?
- Não no retiro, a gente não trouxe nada pra fazer alguma coisa.
- Melhor ainda. Vocês vão ter que se virar com o que tem aí.
- Não.
- Sim, sim.
- De jeito nenhum.
- E como vocês vão fazer. – respondeu Karine que estava sentada na frente delas e por acaso escutou essa parte da conversa. – A gente estava mesmo querendo fazer alguma coisa especial pro lanche da meia-noite de hoje. Mas a gente ainda não sabia quem ia fazer . Agora a gente já sabe quem vai fazer, o que vão fazer eu deixo por conta de vocês.
- Eu acho que não heim. E o Rafael nem vai querer fazer mesmo. – Ela sabia que isso não era verdade, que ele não via a hora de ganhar dela na competição. Mas por isso ele podia ficar esperando. Eternamente. Mas infelizmente a Karina resolveu perguntar isso para ele mesmo.
- Rafael. – ela teve que gritar pra ele escutar ela na outra ponta do ônibus. –Vem cá.
- Já vou!... O que foi?
- Então a gente está com um probleminha. Precisamos de alguém que faça o lanche da meia-noite hoje de noite e eu fiquei sabendo de uma tal de competição que você e a Lari estão fazendo. Eu queria ver se você topa fazer ela hoje de noite?
- Claro que sim!
- Que bom. Agora você so precisa convencer a outra competidora. – disse ela olhando pra Larissa, que já sabia que não ia ter outra escolha.
- Não me diga que você amarelou, eu não achei que era o teu jeito fazer isso.
- Haha. Eu amarelando? De jeito nenhum. Vamos fazer isso de uma vez por todas. Mas lanche da meia-noite? Tem certeza que você quer lavar lopuça a essa hora da noite ainda?
- Lavar a louça? Não me diga que ainda tem premio.- Comentou Karina
- Esse é o combinado. Quem perder vai lavar a louça.
- Isso vai ser muito bom! Não vejo a hora de anunciar quem ganhou!

Chegando ao lugar do retiro, cada um foi para o seu quarto arrumar suas coisas.         Encontraram-se lá pelas 10 horas no salão da chácara. Tiveram um louvor animado e Felipe falou um pouco sobre o tema do retiro: Amizade. Para fazer um lado prático do tema ele sorteou os nomes para a formação de duplas que durante o retiro iriam orar um pelo outro, fazer as devocionais juntos. O objetivo era formar novas amizades. Os pares eles iriam descobrir na hora do almoço. Cada um vai sentar na frente do par pra aproveitar e já se conhecerem. Depois do culto as meninas foram para o quarto já falando com qual menino queriam ir. Brenda perguntou a Larissa com quem ela queria ir. Ela respondeu:
- Na verdade eu não sei. Não pensei nisso pra mim tanto faz.

Chegou a hora do almoço. Algumas meninas até se arrumaram um pouco mais e foram animadas e quando entraram já procurando seu nome e o nome da pessoa que estava na sua frente.
Algumas se alegraram, outras já não gostaram tanto. Gabi foi com Alex, eu acho que ela foi uma daquelas que não gostou muito mas viu como uma oportunidade pra falar umas poucas e boas pra esse piá. Ele é do tipo, como posso dizer? Insuportável. Mas ela vai dar um jeito nele... E a Larissa com quem ela foi? Surpresa!!!

Eles almoçaram vários se divertiram acabaram mudando de idéia sobre a pessoa com quem estavam formando a dupla... Ta bom eu vou falar da Lari, ela entrou um pouco mais tarde que as outras e não achava o nome dela. Procurou em uma mesa, na outra e na terceira. Nada. Aí ela viu na última mesa, no cantinho do lado da parede, tinha um lugar vazio. O coração dela começou a bater mais rápido, tinha um piá sentado do outro lado da mesa, alguém que ela conhecia. A medida que foi se aproximando viu quem era. Rafael! Quando ela deu a volta na mesa pra chegar até ele, os olhos deles se encontraram. Ele sorriu para ela. Ela chegou ao lugar levantou o papel com o nome. Estava escrito o nome dela. Ela sentiu uma alegria, ela não fazia questão de ficar com um menino, mas isso definitivamente foi a melhor coisa que poderia ter acontecido.

sábado, 16 de julho de 2011

Capítulo 8 - Um último pedido

          - Bom dia mãe! Bom dia pai! E aí? Sobreviveram á noite? – perguntou Gabi, quando entrava no quarto da mãe.
            - Sim. Mas pelo jeito teve alguém que não passou a noite muito bem.
            - Como assim? Quem?
            - Um tal de Lucas Gabriel, deve ser aquele rapaz de quem você falou...
            - Sim, está tudo bem com ele? Com a mãe dele?
            - Não sei te dizer, ele entrou aqui no quarto com uma cara de desesperado procurando por você e quando eu disse que você não estava ele saiu xingando.
            - Melhor eu ir ver se aconteceu alguma coisa. Posso?
            - Claro que pode. Vamos orar por vocês!
            - Obrigada, eu acho que esse aí ainda vai precisar de muita oração.
            Gabriela saiu à procura dele, não o achou. Perguntou na recepção qual era o número do quarto da mãe dele, mas não sabia o nome da mãe dele. Percebeu que ele não havia dito o sobrenome dele, então essa também não seria uma alternativa. Orou. “Senhor, se for da tua vontade que eu ajude a esse rapaz e sua mãe de alguma maneira, me ajude a achá-los. Amém.” Mal ela tinha falado o amém e adivinha quem estava vindo pelo corredor? Não. Não era o Lucas. Mas era a enfermeira que estava cuidando da mãe dele. Ela levou Gabi para ver a mãe dele, ela acabou descobrindo que o nome dela é Maria Cecília. Chegando ao quarto dela, viu a situação da pobre senhora. O corpo dela quase nem aparecia, tinha faixas, curativos por tudo o corpo e onde não havia nada, a pele estava cheia de hematomas. Ainda havia pedaços de vidro no braço dela. Ela estava dormindo, mas percebendo a chegada de alguém, lentamente abriu os olhos e vendo Gabi abriu um sorriso no rosto, ou melhor, dizendo o mais perto de um sorriso que ela poderia chegar. Com esforço e com uma voz rouca e fraca falou:
            - Meu anjo! Como é o seu nome?
            - Gabriela. - Gabriela estava meio confusa, afinal essa senhora a beira da morte tinha um brilho nos olhos, parecia já conhecer Gabi.
            - Gabriela, a enviada de Deus! Até nome de anjo você tem. Sinta-se a vontade, sente-se. – a Você precisa me ajudar. O Senhor está me chamando para perto de Si. Não tenho mais muito tempo aqui, eu pedi ao Pai que me mandasse um anjo que pudesse cuidar do meu filho. Por favor, eu imploro, mostre o caminho da salvação para ele. Ele parece forte e duro por fora, mas eu o conheço como só uma mãe pode conhecer a um filho, ele é um amor de pessoa apenas precisa encontrar a vida. Depois que eu partir ele vai ficar furioso com Deus, mas, por favor, tente. Dê a ele a minha bíblia, lá eu deixei uma carta para ele e sublinhei os versículos mais importantes, pelos quais o Senhor me falou tanto. Cuide dele para mim, eu o amo tanto. Quero um dia me reencontrar com ele na casa do Pai.
            - Mãe, mãe, por favor, fica aqui comigo... - mas as palavras do filho que acabara de entrar, ela não escutava mais. Ele viu Gabi e ficou mais desesperado ainda -... É tudo culpa desse teu Deus. É tudo culpa dele. Ele não deveria ter feito isso, fazia tudo por Ele e... - não conseguia mais falar desandou a chorar. Ele chorou desesperadamente por vários minutos. Gabi apenas o abraçou. Não sabia o que poderia fazer. A enfermeira que acompanhou tudo indicou para Gabi levá-lo à sala de espera, oferecer algo para beber e deixá-lo chorar e desabafar. Mais tarde ela iria conversar com eles.
            Foi o que ela fez. Depois de 20 minutos Lucas se acalmou um pouco. A enfermeira perguntou sobre o pai dele, como ela poderia contatá-lo para dar a ele a notícia.
            - Aquele desgraçado, sem vergonha. Deveria apodrecer na cadeia isso sim. Ele não merece nada.
            - Mas alguém precisa cuidar da burocracia e tudo mais. – a enfermeira argumentou.
            - Eu cuido de tudo.
            - Me desculpe, mas com todo respeito não acho que você esteja em condições emocionais muito adequadas para cuidar disso.
            - Eu posso ajudar, se meu pai estiver aqui ainda vou pedir ajuda a ele. Será que você poderia ver se ele está aqui ainda? – perguntou ela a enfermeira, apenas balançou a cabeça em sinal de afirmativo e saiu. Enquanto vinha com Luiz, ela já lhe explicou o que acontecera e ele concordou em ajudar a respeito da situação.
            O funeral foi no dia seguinte. O pai de Gabi conseguiu falar com o pastor dela para que ainda fizessem um culto de memória a ela. Jorge, pai de Lucas foi avisado, mas compareceu somente ao sepultamento, com uma garrafa de cerveja na mão. Compareceram ainda várias pessoas da igreja, algumas ofereceram ajuda a Lucas. Alguns trouxeram um pouco de comida, outros o convidaram para passar uma tarde com eles. Mas ele nada aceitou. Estava com raiva de Deus e não queria ter nada a ver com as pessoas de igreja. Ele permaneceu mais um bom tempo ao lado da sepultura e de repente queria sair correndo para qualquer lugar, desde que longe dessas pessoas, do seu pai, de tudo. Mas Gabi que o observava de longe o impediu e foi conversar calmamente com ele mais uma vez.
- Lucas, posso conversar com você?
            - Eu não quero ouvir nada de Deus, ele matou a minha mãe.
            - Tudo bem. Então eu não vou falar Dele.
            - Nunca mais.
            - Isso eu não posso prometer.
            - Então pode sair daqui.
            - Á gente precisa conversar.
            - Só se você prometer nunca mais falar Dele.
            “Senhor o que eu faço? Como ele vai descobrir Teus caminhos, a salvação se não poderei falar de Ti?” Ele respondeu a ela “Eu tenho tudo sob controle, você precisa apenas ser amiga dele e ser um exemplo de vida para ele. No tempo certo eu vou lhe mostrar o que fazer. Apenas confie em mim.”
            - OK. Não vou mais mencionar Ele, até você mudar de idéia.
            - Pode deixar isso não vai acontecer. O que você quer falar?
            - Você vai continuar morando com seu pai?
            - Não. De jeito nenhum, aquele desgraçado, filho da mãe. Só agüentei ficar lá por causa da minha mãe.
            - E para onde você vai?
            - Não sei ainda, eu acho que vou morar com um amigo meu. Ele já ofereceu pra eu ficar na casa dele há um tempo. Só preciso arranjar um jeito de conseguir dinheiro. Não vou aceitar nada d dinheiro sujo do meu pai. E por que você está tão preocupada em me ajudar? Nem me conhece direito. E alem disso posso cuidar muito bem de mim mesmo. Sou mais velho que você, por que você quer dar uma de mãezinha pra cima de mim.
            - Primeiro que ser mais velho não quer dizer muita coisa, segundo que tua mãe  e mais uma pessoa me pediram. Você pode estar cego agora, mas algum dia você vai perceber que foi para o teu bem.
            - Tenho que ir agora, tenho mais i que fazer do que ficar aqui conversando.
            - Mas só uma coisa mais. – ela pegou o caderno dela, rasgou um afolha e anotou o e-mail dela. – por favor, me manda um e-mail dizendo como você está.
           - Eu... Eu não tenho e-mail. Aquele covarde gastava todo o dinheiro dele com bebida e quando eu economizava para comprar um, ele me roubava o que tinha.
            - Então ta, me manda uma carta então. – e ela anotou o endereço no verso. Mal ela entregou o papel a ele, já  saiu. Sem nem mesmo se despedir.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Capítulo 7 - Quem perder vai lavar a louça!

- Obrigada por ter me ajudado a arrumar as coisas aqui. É divertido receber o pessoal aqui, mas fazem uma bagunça!
- De nada. Foi realmente divertido, ainda bem que eu vim.
- Por quê? Você não ia vir?
- Eu estive realmente em dúvida. Da cidade onde eu venho não era muito comum os jovens se reunirem. E quando se reuniam, era para beber, fumar e outras coisas.
- E você ia nessas festas?
- Eu fui por algum tempo. Mas eu não achava muita graça em se embebedar e se embriagar, perder todos os sentidos, passar mal, tudo parecia meio inútil. Além do mais,  não gosto do cheiro de cigarro. Hoje em dia dou graças a Deus porque ele não deixou que eu participasse dessas coisas, senão eu poderia estar em bem outro lugar hoje.
- Quem bom mesmo! Faz tempo que você se mudou para cá?
- Na verdade não muito, eu cheguei aqui faz algumas semanas. Eu vim pra vá procurar uma casa, já que o resto da família só poderia vir mais tarde.
- E quem é esse teu resto de família?
- Meus pais, meu irmão e a minha avó.
- O teu avô já faleceu?
- Sim, quando eu tinha 14 anos. Nós dois éramos muito chegados, ele morava praticamente no quintal de casa, eu ia lá sempre que podia. Depois que ele morreu a minha avó ficou muito sozinha. Eles se amavam muito. Ela agora está bem doente, por isso a gente veio para cá. Ela vai fazer um tratamento médico.
- Ela está muito doente?
- Ela está com catarata. Ela pode ficar cega.
- Mas esse tratamento vai ajudar não vai?
- Os médicos esperam que sim, mas não podem dizer com certeza. Mas ela tem tamanha fé que eu acho que ela vai ser curada. E mesmo que não, ela vai continuar sendo a pessoa mais feliz do mundo.
- Que bom. Como pode? Nós que temos tudo o que precisamos e muito mais, reclamamos que não temos nada, sendo que não precisamos de tudo isso para ser feliz.
- É. Sabe o que? Você precisa ir visitar a minha avó algum dia você vai amar ela! Ela é um doce de pessoa, não para de sorrir por um segundo e além do mais, ela ama conhecer pessoas novas, companhia nova. Você quer?
- Claro! Quando?
- O dia que você quiser!
- Vou ver na minha agenda. Você sabe né, é difícil eu achar um tempo livre na minha agenda. Ainda mais para fazer caridade a uma velinha. - falou ela, só pra ver o que ele ia responder! Falar ele não falou nada, mas fez uma bela, ou não tão bela careta ele fez.
- Ops! Eu acho que deveria ter falado ‘pra passar um maravilhoso tempo abençoado com uma elegante senhora de idade’?
- É, não deveria! –ele fez uma cara de desapontado, triste.
- Eu estava só brincando! – E os dois dispararam a rir.
- E você, por que veio estudar aqui? No Mato Grosso do Sul tem boas faculdades também.
- É claro que sim, mas a gente queria ir para outro lugar, conhecer pessoas novas. E já que Curitiba é umas das melhores cidades gastronômicas, resolvemos vir pra cá!
- Aha! Vieram só por causa da comida, heim?
- Claro, tem critério melhor para escolher uma cidade?
- Não. Definitivamente não. Então quer dizer que você gosta de comer?
- Amo! Mas esse realmente não era o principal motivo, mas contou uns pontinhos...
- E cozinhar?
- Dá pra gostar de comer sem saber cozinhar?
- Na verdade dá, mas eu acho que a resposta é que você gosta, não é?
- É! E melhor do  que qualquer um aqui.
- Bem só tem nós dois aqui e melhor do que eu? Duvido!
- Pois eu não!
- Eu tenho uma proposta pra fazer...
- Com decência!
- No próximo encontro nós dois fazemos alguma coisa e outros vão julgar de quem está melhor. Quem perder vai lavar a louça.
            - Feito.

domingo, 19 de junho de 2011

Capítulo 6 - Conversas

Por dez minutos os dois ficaram abraçados, Gabi sentia algo especial por aquele rapaz, ela sentia que ele precisava de ajuda, de consolo. Quando se separaram foi a primeira vez que ele olhou bem no rosto daquela menina, se perguntou por que ela estava ali se nem o conhecia, o que ela estava fazendo abraçada com ele. Não, ela não estava se aproveitando dele como as outras, ou como ele fizera com algumas meninas, ela tinha uma aparência tão inocente, de quem que só quer consolar alguém triste.
Por alguns segundos os dois não sabiam o que falar ou fazer, e ele resolveu quebrar o silêncio:
- Meu nome é Luke, quer dizer Lucas Gabriel.
- O meu é Gabriela.
- Posso fazer uma pergunta?
- Por que eu estou aqui? – falou Gabi, já adivinhando a pergunta. Minha mãe está com uma costela fraturada. Por que estou fazendo isso? Deus disse e eu obedeci outra resposta não tenho.
- Deus?
- Isso mesmo, Deus me disse que você estava precisando de consolo que só ele poderia te dar.
- Como assim? Eu não preciso de nada Dele. Ele abandonou minha mãe no acidente. Ela ia pra Igreja todo domingo, orava todos os dias dava o dízimo, atura meu pai quando ele bate nela, ela é uma pessoa tão boa. Por que ela teve sofrer um acidente, justo ela? Não poderia ser meu pai? Como que Deus pode existir se ele deixa uma coisa dessas acontecer?
“Deus você não facilitou muita coisa pra mim né? Ajude-me a dizer as palavras certas a ele.”
- Bem, uma coisa eu sei: às vezes não entendemos na hora o que Ele faz, mas algum tempo mais tarde você vai perceber que por alguma razão isso teve que acontecer, eu mesma não sei de muitas coisas que Deus faz, mas sei que faz o melhor pra mim.
- Mas como você pode acreditar nisso? Deus nunca se mostrou, ele anda escondido de todo mundo.
- Deus não se esconde, é verdade que ele não aparece em forma de ser humano. Mas para quem o procurar com certeza Deus vai se mostrar.
- É pode ser, minha mãe sempre conversava tão abertamente com ele, como se ele fosse o melhor amigo dela.
- Ele pode ser o melhor amigo de cada um, é só querer.
Gabriela sentia que ele estava começando a se abrir para Deus, mas na hora a enfermeira chegou avisando que já poderia ir ver sua mãe. Ela se despediu de Lucas e foi ver sua mãe. Elas aproveitaram o tempo para botar a conversa em dia e Gabi comentou sobre o que tinha acontecido há poucos instantes. As duas oraram pelo rapaz e a mãe falou que deveriam continuar orando por ele. Quando sua mãe dormiu de novo, foi tomar mais alguma coisa e procurou por Lucas. Ela o procurou onde tinham falado antes, mas não viu ele lá, procurou ainda por alguns outros corredores, mas nada desse piá aparecer. Sua ultima esperança era olhar novamente na sala onde antes tinham se encontrado, ela queria tanto falar com ele, continuar a conversa, poxa, ele estava começando a se abrir pra escutá-la e aí ela teve que ir. E se eu não encontrar mais ele? Ele não vai mais ouvir se Jesus? E como será que a mãe dele estaria? Ela precisava encontrar ele. Ela foi pra sala de espera, mas não estava lá.
Quando estava voltando para o quarto da mãe, trombou com seu pai. Como Jackeline estava dormindo ele resolveu levar a filha para casa e depois voltaria para passar a noite com a esposa. Seu pai apenas a deixou no portão de casa e voltou para o hospital. Entrou em casa e sentiu algo estranho. A casa estava tão vazia, um pouco desarrumada, tá bom, um pouco muito desarrumada. Mas fazer o que, a mãe esteve fora desde quinta-feira, e provavelmente o pai oferecera o lugar para fazer a reunião dos homens que acontecia a cada duas semanas. Ela resolveu arrumar a casa um pouquinho, apesar de ser domingo, não tinha muita coisa pra fazer. Aproveitou e ligou seu MP3. Afinal, quem é que fica limpando a casa sozinha sem nem um pouco de música? E como era quase inevitável começou a cantar junto e a dançar, quem nunca fez isso?
Quando terminou, resolveu ligar pra sua amiga. 

- Alô!
- Alô, quem fala?
- Aqui é o Marcelo.
- Que Marcelo?
- Ué, Marcelo. Com quem você queria falar?
- Minha amiga.
- Como é nome dela?
Gabriela não sabia se respondia ou não, ela tinha certeza de que ligara no número certo, mas não conhecia nenhum Marcelo. Mas acabou cedendo afinal, sabia do que a amiga era capaz de faze, talvez estivesse interrompendo alguma sessão cinema com o grupo de jovens, ou uma noite com pizza...
- Larissa.
- Ah tá, espera só um pouco...
- Larissaaaaa.
- O que foi? Não to a fim de atender o telefone agora, manda ligar mais tarde. – foi o que Gabi escutou de fundo. E logo o rapaz respondeu para ela no telefone.
- Bem, ela tá meio ocupada, você poderia ligar mais tarde de novo.
- Na verdade não, eu estou ligando do Mato Grosso do Sul eu gostaria de falar com ela agora.
- Gabriela eu acho que é meio urgente.
- Quem é?
- Quem é? – ele perguntou agora ao telefone.
Gabriela.
- Gabriela.
- Ah por que não falou logo? Imagina se eu não vou falar com ela? Oi amiga! Como está tua mãe?
- Está bem, dadas as circunstâncias. Eu preciso te contar uma coisa meio estranha e maravilhosa que aconteceu hoje.
- Fala amiga.
- Bem, hoje enquanto eu estava esperando a enfermeira me deixar ir visitar minha mãe, eu vi um cara.
- Ele era bonitinho?
- Calma aí, eu nem reparei direito.
- Mas reparou, não é? Como que ele era?
- Como assim?
- Altura, cor do cabelo, do olho, musculoso, coisa básica Gabi. Em alguma coisa você deve ter prestado atenção!
- Ah sei lá. – ela falou, não queria a amiga perguntando mais sobre a aparência dele, ela queria contar o que tinha acontecido. Mas por outro lado, sabia que a amiga não iria largar do pé antes de descobrir esses detalhes. Resolveu contar – Ele é um pouco mais alto que eu, cabelo castanho e olhos cor-de-mel. Satisfeita?
- Quase, mas é melhor do que nada! Então o que tinha ele?
- Eu estava sentada lá no sofá da recepção e eu vi que ele estava meio triste, chorando. E Deus me falou pra eu ir consolar ele.
- Peraí. Você, Gabriela foi consolar alguém que você nem conhecia e um menino ainda por cima? Essa eu queria ter visto!
- Por mim eu nem teria ido, foi Deus quem me de forças.
- E você conversou com ele mais um pouco?
- Ah, nós nos apresentamos... – bastou falar isso que Larissa já fez a próxima pergunta:
- E? Como era o nome dele?
- Lucas Gabriel.
- Que fofo! Continua...
-... E aí ela me perguntou por que eu estava fazendo aquilo e eu falei sobre Deus para ele. A mãe dele, pelo que ele me contou é cristã, mas ele não acredita muito em Deus. Tomara que eu o veja de novo pra poder falar mais com ele!
- É tomara amiga, vou orar por você e por ele.
- E você? O que está aprontado, heim? E quem é esse tal de Marcelo?
- Marcelo?
- É o cara que atendeu o telefone.
- Ah esse Marcelo... Na verdade eu não o conhecia por esse nome, eu acho que ele é mais conhecido na região por Rafael.
- E o que ele está fazendo aí?
- A gente reuniu umas pessoas dos jovens pra assistir um filme e etc, ele ficou pra me ajudar a arrumar a casa de novo.
- Ai que fofo. E aí conversaram bastante?
- Na verdade não, nem deu muito tempo, os outros acabaram de sair. Espero poder conversar um pouco mais com ele agora.
- Juízo heim.
- Sim mamãe!
- Depois você me conta tudo. Beijos.
- Tchau.

domingo, 29 de maio de 2011

Capítulo 5 - Um abraço de consolo

As três ainda tiveram um bom tempo juntas antes de a D. Jacke voltou pra Mato Grosso do Sul no sábado á noite. No culto de domingo de manhã, a mensagem fora sobre II Coríntios 1:5-7: “Pois assim como os sofrimentos de Cristo transbordam sobre nós, também por meio de Cristo transborda a nossa consolação. Se somos atribulados, é para consolação e salvação de vocês; se somos consolados, é para consolação de vocês, a qual lhes dá paciência para suportarem os mesmos sofrimentos que nós estamos padecendo. E a nossa esperança em relação a vocês está firme, porque sabemos que, da mesma forma como vocês participam dos nossos sofrimentos, participam também da nossa consolação.” Gabi não prestou muita atenção na mensagem, para que também? Ela é jovem ainda nunca passou por um problema muito sério, seus pais se amavam, ela estava em uma boa faculdade, tinha bons amigos... Tá certo que ela também queria um “mais que amigo”, mas isso não era motivo de desespero. Pelo menos não para ela, por que, meu chapéu, tem meninas que não sobrevivem um fim se semana sem o namorado, tá, exagerei um pouco né? Mas vocês entenderam o que eu quis dizer. Bem voltando ao assunto, mesmo não tendo prestado muita atenção, resolveu marcar os versículos na bíblia. Quando as duas já estavam voltando pro apartamento, Gabi recebeu uma ligação. Era seu pai.
- Fala pai, a mãe chegou bem em casa?
- É por causa dela que estou ligando. Recebi uma ligação que ela e o teu tio sofreram um acidente.
Gabriela ficou pálida, pensando o que poderia ter acontecido com a mãe, ela se machucou muito? Será que ela... Passaram por sua cabeça alguns momentos que passara com a mãe, quando pequena a mãe levava-a ao parque, brincavam juntas e depois ainda comiam um algodão doce. Lembrou das vezes em que a desobedecera, em que não disse que amava a mãe, em que não a abraçara das vezes em que simplesmente preferiu outra coisa a ficar com a mãe. Mergulhou tanto em seus pensamentos que não conseguia nem falar nem escutar nada. Lari pegou o telefone da mão dela, ela nem reagiu. Larissa então falou com o pai dela, Luís, que explicou que D. Jacke estava no hospital, mas que estava tudo bem com ela, dadas as circunstâncias. Estava apenas com alguns ferimentos, mas também estava com uma costela fraturada. Gabriela então resolveu ir até Campo Grande para ajudar seu pai a cuidar da mãe.
Conseguiu pegar o ônibus naquela mesma tarde. Seriam quase 15 horas de viagem, 15 longas horas de viagem. Na maior parte da viagem ficou lendo um livro que tinha levado e estava escutando música. Aproveitou também para dormir um pouco, já que não sabia o quanto ela iria dormir no hospital. Lá pelas quatro ou cinco horas da madrugada o ônibus pára, por causa de uma conexão. Alguns passageiros saíram e outros entraram, ela percebeu que a mulher ao sal lado tinha saído e em seu lugar sentou-se um homem. Ele parecia exausto. Não parecia ser muito velho, talvez tivesse uns 21 ou 22, ele não era nenhum deus grego, mas tinha lá seus encantos era alto, moreno e com o corpo bem defnido. Vestia um terno, estava todo arrumado, mas tinha algo em seus olhos, uma tristeza que jamais vira em alguém. Gabi sentia Deus falando em seu coração: “Ore por esse rapaz. Ele precisa de consolo que só Eu posso lhe dar.” E no mesmo instante ela começou a orar, pedindo que Deus o consolasse, que o guardasse e que o protegesse nesse momento e também para o resto de sua vida.
Chegando à Rodoviária, seu pai já estava esperando-a. Correu para os braços do pai, mesmo estando já com 19 anos, continuava gostando da sensação de proteção e consolo nos braços dele.          
- Você quer passar no hospital primeiro ou ir direto para casa?
            - Eu quero ir ver a mamãe primeiro.
            - Então tá, eu vou deixar no hospital enquanto isso vou buscar mais umas roupas e livros pra tua mãe.
            - Tá bom. Posso perguntar uma coisa pai?
            - Pode sim.
            - Você dormiu hoje de noite?
            - Um pouco, tua mãe estava sentindo muita dor e não conseguia dormir.
            - então aproveita e dorme mais um pouco em casa, eu fico com a mamãe aqui no hospital. Eu acho que ainda temos bastante papo pra colocar em dia.
            - Então tá. Mas qualquer coisa me liga.
            - Pode deixar. Boa noite. Apesar de já serem 10horas da manhã, espero que você durma bem.
            - Obrigado, até depois.
            Ela entrou no hospital e perguntou qual era o quarto de sua mãe. A enfermeira respondeu – lhe o número do quarto e pediu que ela esperasse mais uma meia hora, pois o médico estava no quarto da mãe fazendo mais alguns exames e ainda indicou a sala de espera, onde também tinha café. Gabi aproveitou para tomar um pouco de café e comer uns biscoitou, pois não comera nada além de algumas coisinhas que foram distribuídas no ônibus. Tão logo ela se sentou no sofá da sala de espera, percebeu que tinha um homem chorando ao seu lado. Olhou um pouco melhor e viu que era o mesmo homem do ônibus. Ela se lembrou dos versículos dos quais o pastor tinha falado no culto, procurou de novo na bíblia, lembrava que estava em algum lugar em coríntios. Achou e leu de novo percebeu que era Deus falando com La novamente para consolar aquele rapaz. Por ela ser uma pessoa tímida, teve tomar muita coragem e oração para conseguir falar as palavras de Deus a ele.
            - Com licença, você está bem? – Ele nem levantou a cabeça. “Senhor, como Você quer que eu fale e console alguém que nem quer falar comigo, que nem me escuta?” “Tente de novo.” Ela encostou a sua mão no ombro dele e perguntou de novo:
            - Você está bem? Ela a olhou meio assustado. Ela percebeu os olhos dele eram lindos, um tipo de castanho, cor de mel. Ele começou a soluçar novamente, ela, antes de perceber o que estava acontecendo abraçou ele. Um abraço de consolo.                                                                                                            

terça-feira, 10 de maio de 2011

Capítulo 4 – Bolsa de Valores

- E como vão as coisas por aqui? – falou a mãe começando um típico interrogatório, mas a gente tem que dar um desconto né? Jackeline não vê sua filha há três semanas.
- Vai tudo bem. Eu acho.
-E vocês duas estão se dando bem?
- Claro né mãe, já somos amigas há séculos.
- Quem sabe, às vezes quando vão morar juntas até as melhores amigas do mundo podem brigar.
- Discutir, nós já discutimos algumas vezes, mas nada de tão ruim.
- E a arrumação da casa?  Ela tá sempre limpinha?
- Bem, digamos que na maioria das vezes ela tá arrumada. E lá no Mato Grosso? Tá todo mundo feliz e contente? – Gabi resolveu mudar um pouco de assunto. Vai que a mãe resolvesse perguntar quantas vezes por semana elas limpavam a casa e tal...
- Nem todo mundo tá feliz e contente, a tia Lucélia está com algumas dificuldades financeiras, mas ela tá começando a fazer bolos e salgadinhos pra vender, você sabe como ela cozinha bem não é?
- E como. Mas mãe não deu já o interrogatório?
- Só mais uma pergunta. Por favor?
- Tá bom mãe só mais uma...
- E os gatinhos, andam aparecendo alguns por aqui?
- Mãe! Pelo jeito você está louca pra me ver namorando não é?
- Claro. Eu quero conhecer meus netos e bisnetos ainda...
- Calma aí mãe, eu só tenho 20 anos.
- Então, na tua idade eu já estava noiva do seu pai. – Desculpem a interrupção, mas, por favor, né quem nunca ouviu essa frase da mãe ou do pai, ou pior ainda da avó que sempre diz ai que juventude hoje em dia, fica o dia inteiro no computador, não sabe mais pescar... Na minha época nem existia computador ainda e a gente sobrevivia, agora deixar um adolescente ou jovem do século XXI sem um troço daqueles, Deus me livre, não sabe mais o que fazer...  Voltando ao assunto... – Menina esperta você heim? Pensou que ia se livrar de responder minha pergunta? Mas nem que a vaca tuça (?!?!?), então como vão os gatinhos da redondeza? – É a mãe da Gabi era meio diferente mesmo, um pouco mais animada e... vamos dizer com espírito jovial. Todos gostavam dela, ela tinha lá seus 44 anos, mas tinha um ar alegre e divertido e pra falar  a verdade, nem parecia ter essa idade, algumas pessoas davam 30 anos pra ela não é a toa que Gabi era tão linda.
- Então mãe, sabe como que é né?
- Não sei. Me conta...
- As coisas por aqui não andam muito bem não, só teve um  que apareceu no grupo de jovens esses dias.
- Quem? Você conversou com ele? Ele é legal? Usa um perfume bom?
- Perfume mãe?
- É, quando eu comecei a namorar com teu pai ele usava um perfume tão boom.
- Tá mãe, o nome dele é Rafael, se você quiser mais informações pergunte à Larissa, foi ela quem o fisgou primeiro.
- Eu escutei meu nome? – perguntou Lari entrando com o pote de brigadeiro pronto na mão.
- Escutou sim. Eu estou querendo saber mais informações sobre um tal de Rafael. Sabe quem que é?
- É claro que sei dona Jacke. O menino que veio pela primeira vez no último grupo de jovens.
- E você pode me dar algumas informações sobre ele?
- Bem ele é alto, loiro, olhos azuis, simpático, legal, vem do Mato Grosso do Sul também, ah também não sei muitas coisas sobre ele, mas de uma coisa eu sei, vale a pena investir nele.
- Investir, agora você vai abrir uma ação na bolsa de valores: Rafael e vai investir tudo o que você tem nele.
- É, nunca tinha pensado dessa forma mas é de certa forma é isso.
- Cuidado Lari, ás vezes a propaganda da ação pode ser enganosa, ou você pode investir tanto nela e um dia ela vai desvalorizar e pra conseguir tudo o que você investiu de volta pode demorar muito e custar alguns baldes de lágrimas.
- Nossa dona Jacke, também não precisava acabar comigo assim.
- Eu não quero te magoar, mas você é quase uma filha pra mim e se alguma coisa tivesse acontecido com você sem eu avisar, me sentiria culpada.
- tudo bem eu estava só brincando. Obrigada pelo conselho, vou tentar me frear um pouco e ir investindo pouco a pouco nessa ação.
                                                                                                                                        

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Capítulo 3 - Adivinha quem chegou?

Capítulo 3

            - Ai amiga você viu o Rafael? Ele é muito lindoo, e ele sentou do meu lado no filme e a gente conversou, ai ele é muito legal, ele é tudo!
            - Calma aí, respira um pouco, eu percebi que você tinha achado ele bonitinho e que vocês bateram um papo enquanto eles não resolveram o problema do filme, mas eu na sabia que você tinha se impressionado tanto com ele!
            - Não é pra tanto também, mas ele... Ah, eu não sei explicar, é uma coisa meio diferente dos outros meninos que eu gostei.
            - Larissa Mendes você está apaixonada? – perguntou Gabi quase rindo.
            - Não claro que não eu nem conheço ele direito, se bem que...
            - Se bem que o que?
            - Nada Gabi, nada não.
            - Me conta, senão...
            - Senão o quê heim?
            - Senão eu faço isso...

            E jogou uma almofada na amiga, o que não deu outra: começaram uma guerra de travesseiros, ou-almofadas-tanto-faz. Mas tiveram que parar devido a uma pequena interrupção, o bendito telefone!
            - Alô! – Foi Gabriela quem atendeu
            - Boa noite senhorita Gabriela.
            - Mãe?
            - Eu mesma, não posso ligar para minha filha da qual eu to morrendo de saudades?
            - Claro que pode, mãe. Tudo bem com vocês aí?
            - Tudo sim. E você? Está estudando muito? Eu não interrompi você no meio dos estudos né.
            - Não, eu acabei de terminar de estudar. – E Larissa disparou uma gargalhada
            - Dona Jackeline, sua filha é muito estudiosa, ela acaba de terminar um trabalho sobre as aves, mais precisamente sobre as penas das aves. – Gritou Lari ao telefone.
            - E posso saber, o que as penas das aves tem a ver com Botânica, menina?
            - É um assunto meio difícil de explicar...
            - Que nada, eu sei explicar o seu trabalho em três palavras: GUERRA-DE-TRAVESSEIROS. – falou a mãe.
            - Da onde você tirou essa idéia, heim mãe?
            - Eu vou te contar, é da sala toda cheia de penas de ganso espalhadas pelo chão...
            - Como assim? – E nisso a mãe tocou a campainha da casa.
            - Ops. – Falaram as duas amigas juntas.

            -Mãe! O que é que você está fazendo aqui? Você podia ter nos avisado. E se a gente não estivesse em casa? E como você subiu pra cá?
            - Calma aí, até parece que vocês aprontaram, quer dizer, pela aparência desta sala, até daria pra dizer que vocês aprontaram uma, heim?
            - É que, sabe como que é D. Jacke, a gente só estava relembrando os velhos tempos da infância, das festas de pijama e tudo mais.
            - É, mas pra uma festa de pijama ainda falta muito. Cadê as pizzas? Os filmes? O brigadeiro de panela? As revistas de fofoca? Vocês não pensaram em nada mesmo, ainda bem que tem uma mãe aqui que pensou em tudo isso. Ah e eu quase ia me esquecendo, A Lanterna...
            - Mas o que ta acontecendo aqui mãe? Me explica primeiro, o que você está fazendo aqui?
            - Como eu já disse, eu estou com saudades da minha filha.
            - Mas como você foi parar aqui?
            - O tio Marcelo me trouxe.
            - Lá de Campo Grande?
            - Não do Amazonas, claro que é de Campo Grande. – falou Larissa no meio
            - Tá, mas como?
            - O tio Marcelo tinha que reparar uma máquina de um hospital aqui perto e eu perguntei se eu não podia vir junto. Por quê? Você não me quer aqui?
            - Claro que sim, eu to super feliz que você veio, mas são 14 horas de viagem.
            - Eu sobrevivi.
            - Desculpe interromper o interrogatório, mas já que pelo que parece, a gente vai fazer uma festa de pijama mesmo, posso começar a fazer o brigadeiro já? – Perguntou Lari.
            - Pode aqui tá a lata de leite condensado, chocolate em pó vocês tem não é?
            - Sim. – E ela lá foi pra cozinha preparar o brigadeiro deixando mãe e filha conversarem um pouco...