sexta-feira, 8 de julho de 2011

Capítulo 7 - Quem perder vai lavar a louça!

- Obrigada por ter me ajudado a arrumar as coisas aqui. É divertido receber o pessoal aqui, mas fazem uma bagunça!
- De nada. Foi realmente divertido, ainda bem que eu vim.
- Por quê? Você não ia vir?
- Eu estive realmente em dúvida. Da cidade onde eu venho não era muito comum os jovens se reunirem. E quando se reuniam, era para beber, fumar e outras coisas.
- E você ia nessas festas?
- Eu fui por algum tempo. Mas eu não achava muita graça em se embebedar e se embriagar, perder todos os sentidos, passar mal, tudo parecia meio inútil. Além do mais,  não gosto do cheiro de cigarro. Hoje em dia dou graças a Deus porque ele não deixou que eu participasse dessas coisas, senão eu poderia estar em bem outro lugar hoje.
- Quem bom mesmo! Faz tempo que você se mudou para cá?
- Na verdade não muito, eu cheguei aqui faz algumas semanas. Eu vim pra vá procurar uma casa, já que o resto da família só poderia vir mais tarde.
- E quem é esse teu resto de família?
- Meus pais, meu irmão e a minha avó.
- O teu avô já faleceu?
- Sim, quando eu tinha 14 anos. Nós dois éramos muito chegados, ele morava praticamente no quintal de casa, eu ia lá sempre que podia. Depois que ele morreu a minha avó ficou muito sozinha. Eles se amavam muito. Ela agora está bem doente, por isso a gente veio para cá. Ela vai fazer um tratamento médico.
- Ela está muito doente?
- Ela está com catarata. Ela pode ficar cega.
- Mas esse tratamento vai ajudar não vai?
- Os médicos esperam que sim, mas não podem dizer com certeza. Mas ela tem tamanha fé que eu acho que ela vai ser curada. E mesmo que não, ela vai continuar sendo a pessoa mais feliz do mundo.
- Que bom. Como pode? Nós que temos tudo o que precisamos e muito mais, reclamamos que não temos nada, sendo que não precisamos de tudo isso para ser feliz.
- É. Sabe o que? Você precisa ir visitar a minha avó algum dia você vai amar ela! Ela é um doce de pessoa, não para de sorrir por um segundo e além do mais, ela ama conhecer pessoas novas, companhia nova. Você quer?
- Claro! Quando?
- O dia que você quiser!
- Vou ver na minha agenda. Você sabe né, é difícil eu achar um tempo livre na minha agenda. Ainda mais para fazer caridade a uma velinha. - falou ela, só pra ver o que ele ia responder! Falar ele não falou nada, mas fez uma bela, ou não tão bela careta ele fez.
- Ops! Eu acho que deveria ter falado ‘pra passar um maravilhoso tempo abençoado com uma elegante senhora de idade’?
- É, não deveria! –ele fez uma cara de desapontado, triste.
- Eu estava só brincando! – E os dois dispararam a rir.
- E você, por que veio estudar aqui? No Mato Grosso do Sul tem boas faculdades também.
- É claro que sim, mas a gente queria ir para outro lugar, conhecer pessoas novas. E já que Curitiba é umas das melhores cidades gastronômicas, resolvemos vir pra cá!
- Aha! Vieram só por causa da comida, heim?
- Claro, tem critério melhor para escolher uma cidade?
- Não. Definitivamente não. Então quer dizer que você gosta de comer?
- Amo! Mas esse realmente não era o principal motivo, mas contou uns pontinhos...
- E cozinhar?
- Dá pra gostar de comer sem saber cozinhar?
- Na verdade dá, mas eu acho que a resposta é que você gosta, não é?
- É! E melhor do  que qualquer um aqui.
- Bem só tem nós dois aqui e melhor do que eu? Duvido!
- Pois eu não!
- Eu tenho uma proposta pra fazer...
- Com decência!
- No próximo encontro nós dois fazemos alguma coisa e outros vão julgar de quem está melhor. Quem perder vai lavar a louça.
            - Feito.

3 comentários:

  1. Muito bom amigaaaa...
    Se eu fosse cozinhar com certeza iria perder feio hahahhaha...
    bjão!!!

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  2. Continuo acompanhando e posto como anônimo devido às sabotagens da internet. História muito interessante, gosto de ler coisas sobre família.
    Vinícius

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