domingo, 11 de março de 2012

Capítulo 19 - Quer sair comigo?


O resto da semana passou tranquilamente. No sábado, as meninas do grupo de jovens resolveram sair. Elas se encontraram no shopping e queriam ia ao cinema, Foram comprar os ingressos para o filme. Como ainda demoraria 40 minutos para começar foram dar uma volta pelo shopping. Passaram pelas lojas e algumas queriam comprar algumas coisinhas então se dividiram e combinaram de se encontras, cinco minutos antes da sessão começar, na entrada.
Larissa, Gabriela, Juliane e Fernanda não queriam comprar nada e ficaram só olhando as vitrines, comentando as roupas, olhando maquiagens, provando perfumes. Gabriela acabou comprando uma xícara muito fofa.
Quando elas se encontraram na entrada do cinema, Pietra estava com umas três sacolas na mão, puxou Larissa para um cantinho.
- A Gabi te contou alguma coisa do Alex?
- E como!
- Eu vi ele aqui.
- No cinema?
- Não. Eu vi ele lá na loja, sabe aquela que tava com uns vestidos super chiques na vitrine?
- Se, ele tava lá sozinho?
- Não ele estava com uma menininha muito fofa, deve ser a irmã dele. Ela deve ter uns 8, 10 anos.
- Então era uma loja de roupas infantis?
- Não. Isso que eu achei estranho. Era uma loja de roupas normais, quer dizer normal pra quem tem muito dinheiro, por que as coisas de lá são caras.
- Que estranho. O que ele vai fazer com um vestido?
- Talvez ele tenha ido com a mãe, ou sei lá, com alguma outra mulher.
- Mas ele tava com o vestido na mão. Ah, quer saber? Deixa pra lá, vamos, o filme já vai começar.
As duas se sentaram e o filme começou. É claro que elas gritaram, riram muito e obviamente choraram no final do filme. Normal! Após o filme foram comer alguma coisa e foram para a reunião de jovens.
Alex estava lá. Mas, como elas chegaram meio em cima da hora, Gabi não conseguiu falar com ele. Constantemente os dois trocavam olhares discretos. Alex não parava e olhar e eventualmente também sorria pra ela. Ela ficou constrangida, não conseguiu mais prestar atenção no que estava sendo falado lá na frente.
Depois da reunião, o grupo todo ainda foi comer pastel. Se juntaram nos carros e foram. Alex bem que tentou ir no mesmo carro que Gabi, mas Melissa entrou antes no outro lado do carro. O trajeto levou uns 15 minutos.
Lá na pastelaria, Alex foi mais rápido, sentou-se bem na frente de Gabi. Ele se ofereceu para ir buscar um pastel pra ela, ela pediu de frango com catupiry. Alguns minutos depois, ele voltou com os pasteis ds dois e mais um suco de abacaxi pra ela e uma coca pra ele.
- Por que o suco?
- Pra você! Você não quer, ou não gosta do suco de abacaxi?
- Eu gosto sim, na verdade é meu preferido! Como você sabia?
- Se eu disser que foi chute, você vai acreditar?
- Acho que não!
- Tá bom. Naquele dia no restaurante eu prestei um pouco de atenção.
Gabriela ficou abismada. Não se lembrava de ter dado nenhum indício de que preferia suco de abacaxi. Mas resolveu ignorar isso e aproveitar a noite.
- Gabi, quando que você foi pegar o seu? – Larissa perguntou quando voltou para a mesa.
- O Alex pegou pra mim!
- AHHHHHHHNNNNN! – todos os que estavam na mesa falaram em coro. Gabi ficou vermelha, mas não falou nada. Logo mudaram de assunto para alívio dela.
Gabriela ficou quieta na maior parte do tempo, só respondia uma coisa ou outra quando alguém perguntava alguma coisa ou pedia a opinião dela. Não que não queria conversar, mas estava perdida e seus pensamentos que estavam em Alex.  Por que ele a olhava desse jeito? E esses sorrisos lindos? Por que ele está sendo tão gentil comigo?
            - Você quer algum pastel doce? – Ele interrompeu os pensamentos dela. Ele a pegou tão desprevenida que ela não sabia o que responder.
            - Claro, pode pegar qualquer um.
            - Você também quer um, Larissa?
            - Pode ser um de banana com canela.
            - Ok!
           
            - Que foooofo! Agora ele até tá tentando conseguir a aprovação da amiga! – falou Ângela.
            - Por mim tá aprovado! Quer dizer, desde que traga o meu pastel! Gabi disse e as duas riram. Larissa só baixou a cabeça. Gabriela a puxou para uma “conversa de banheiro”.
            - Desembucha!
            - Ai, será que ele está gostando de mim?
            - Não, magina! Ele te deu flores, flores não, um girassol! Ele até foi pegar pastel pra você! E pra mim!
            - Você acha?
            - Tenho certeza! Depois das olhadas que ele deu pra você, e aqueles sorrisos! Eu queria que alguém sorrisse assim pra mim!
            - E se ele me pedir pra sair?
            - Você vai aceitar?
            - Sim. Não sei.
            - A primeira resposta é que vale!
            - Não sei. Será que ele mudou mesmo? Ou ele só está fingindo pra todo mundo?
            - Eu acho que ele mudou mesmo. Eu acho que ele está sendo sincero!
            Um sorriso se formou nos lábios de Larissa. As duas voltaram para a mesa. Alex também estava voltando. Trazia os três pasteis na mão. Os três se sentaram, mas, ao contrario das duas, Alex não começou a comer o dele. Ele olhava diretamente para Gabi e sorria. Não tirava os olhos dela, ela já estava começando a ficar irritada com isso, queria saber por que ele estava olhando para ela a noite inteira.
            - O que foi?
            - Você está linda hoje!
            - Obrigada! – ela falou tímida enrubescendo. Ela apenas levantou os olhos para os dele. Os olhos dele estavam brilhando. Ele a observava tão diretamente, que sentia que ele conseguia ler seus pensamentos. Baixou sua cabeça e continuou a comer o seu pastel intrigada. Ele ainda não tirava os olhos dela, como se quisesse alguma coisa.
             Larissa descobriu o que ele estava esperando. Dentro do pacotinho do pastel dela tinha um cartão. Ela o tirou e as palavras escritas nele se formaram em seus lábios: “Quer sair comigo?” O coração dela parou por um segundo. Ela até queria que ele fizesse esse pedido. Mas aqui? Agora? Ele ainda a encarava esperando uma resposta.
            Ela olhou nos olhos dele e deu um sorriso.
            - Isso é um sim? – Ela se limitou a acenar positivamente com a cabeça. Ele também sorriu. – Eu te busco as 7 na quarta, já que é feriado! Pode ser?
            - Uhum! Quer que eu passe o endereço pra você?
            - Não precisa, já tenho.
            - Como você conseguiu?
            - Pedi pro Matias.
            - Ah, tá.
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            - Lari, o que é isso? – Gabo olhava pra sacola que estava na entrada do apartamento. As duas tinham acabado de chegar.
            - Já vou!
            - Foi você que colocou essa sacola aqui?
            - Não, nunca a vi. Peraí, você já abriu?
            - Não né, nem sei se é pra mim. – Larissa pegou a sacola na mão  e procurou por alguma etiqueta ou cartão.
            - Aqui, está teu nome.
            - Não sei, abre logo!
            Ela abriu a sacola. Perdeu a fala. Ela tirou de dentro da sacola um vestido lindo! Lindo era pouco!
            - Ai, que liiiindo! Experimenta logo!
            - Mas de onde ele é? Eu não encomendei, nem comprei nada.
            - Qual é a loja?
            - Pitersen B. – Pela expressão de Larissa, Gabi adivinhou que a amiga sabia de alguma coisa.
            - De quem é? – Larissa não falou nada. – Não é do...
            - É dele mesmo! A Pietra viu ele hoje lá no shopping comprando o vestido. Ela estranhou que ele estava com a irmã pequena lá na loja olhando o vestido. Como não serviria para ela a gente imaginou que eles estavam com a mãe, que deveria estar no provador, ou alguma coisa do tipo.
            - Mas por que ele comprou o vestido?
            - Não sei. Mas sei que você deveria experimentar ele! – Lari foi experimentar o vestido. Coube como se fosse feito pra ela.
            - Você, ficou perfeito!
            - Você acha?
            - Sim, com certeza. O Alex até que tem bom gosto! Com um pouco de maquiagem e um penteado assim, - Gabi levantou os cabelos de Larissa mostrando como deveria fazer o penteado – ele não vai resistir, até o fim da semana vocês vão estar namorando.
            - Haha, até parece!
            - Verdade, ele deve gostar muito de você, olha o vestido que ele te deu, pelo jeito o restaurante vai ser chique!
            - É disso que tenho medo. Eu não sei me comportar nesses restaurantes, não sei nada de etiqueta.
            -Calma, não é tão difícil assim. Eu posso te ensinar!
            - Isso não vai dar certo.
            - Claro que sim, ainda temos uma semana. O jantar vai ser perfeito!
            - Tomara que sim.
            - Vai sim!

Capítulo 18 - Mutirão (parte 2)


Quando voltavam para a casa iam caminhando em silêncio. Lari estava pensando na carta que recebera da mãe. As lágrimas começaram a rolar pelo rosto dela. Ela tentou disfarçar, mas Rafael percebeu.
- Eu acho que agora é a minha vez de escutar um pouquinho, não é?
Ela sentiu o olhar dele nela. Ela precisava conversar logo. Já tinha tentado conversar com Gabi na noite anterior, mas não queria acabar com o bom-humor dela depois da conversa. Achou que poderia ignorar aqueles pensamentos e sentimentos que passavam pela cabeça dela e nos quais ela pensava a todo tempo. Ela começou a falar tentando segurar as lágrimas.
- Eu, eu recebi uma carta da minha mãe. – Ela n]ao agüentou mais. Desabou a chorar. Rafael a pegou nos braços e abraçados ele a levou para o banco na pracinha que estavam passando. Os dois ficaram lá sentados e abraçados por alguns minutos até ela se acalmar.
- Me desculpe.
- Você não precisa se desculpar por nada. – Ele falou isso com uma voz bem tranqüila e confortadora.
- A sua camisa. – ela disse apontado para a camisa dele que estava molhada.
- Não tem problema, ela seca logo!
Larissa esperou mais um pouquinho e começou a falar
- Eu recebi uma carta da minha mãe. Tinha duas folhas lá dentro. A primeira, tava escrita normalmente. Mas aí eu vi a segunda e tinha um “X” na folha.
- Um xis?
- Sim, como se ela tivesse escrito e se arrependido depois.
- E o que estava escrito nas folhas?
- Na primeira ela dizia que estava tudo bem, que sentia saudades e que ela esperava que eu estivesse me divertindo bastante aqui, se eu já achei algum gatinho, contou algumas fofocas de lá e no final ela escreveu que não era pra eu me preocupar com eles lá, que estava tudo bem.
- E você não acreditou nesse último trecho?
- Se eu tivesse lido só essa folha sim. Mas eu li a outra. – ela começou a chorar de novo e quando se acalmou continuou a história. -  Eu relutei um pouco pra ler, mas acabei lendo. Minha mãe parecia desesperada. Ela contou que depois que eu vim pra cá, a situação lá em casa piorou. Ela e meu pai não estçao se dando nada bem. Antes eles já tinham seus problemas, mas de um jeito ou de outro agora, não tem mais motivo para se darem bem. Antes eles tinham a mim em comum, por que a paixão, a amizade de um pelo outro parece que acabou.
- A sua mãe escreveu tudo isso?
- Sim, não... – Rafael levantou uma das sobrancelhas como se esperasse que ela explicasse essa contradição.- não tuo, algumas coisas eu deduzi.
- Larissa. Olha pra mim. Nem comece a pensar que a culpa é sua.
- Mas ela disse...
- Não importa o que ela disse. Você não tem culpa nenhuma. O amor deles esfriou. Talvez por sua causa eles resolveram se agüentar por mais um tempinho. E agora que você foi embora, eles não sabem amsi o que fazer.
- Eu não quero que eles se separem. Eu amo eles.
- Eles também te amo, tenho certeza, mas pararam de amar um ao outro.
- Mas eles prometeram diante de Deus que eles se amariam enquanto vivessem. Eles prometeram.
- Nisso você tem razão. Mas as vezes é difícil cumprir uma promessa.
- Mas eles tem que tentar. A promessa eles fizeram um para o outro mais há 18 anos existe mais alguém na família deles. Eu. Eles tem que pensar em mim.
- Eu tenho certeza que pensaram! – ela começou a soluçar novamente e Rafael a abraçou consolando-a. – eu sei que pensaram em você. Vai dar tudo certo! 
Os dois ficaram sentados lá por mais uns minutos e resolveram voltarpara casa de D. Amélia, e logo também de Beth! Cada um carregava um vaso e chegando lá, colocaram as flores dentro e os arrumaram na sala. As duas senhoras os observavam.
- Ficou lindo!
- Ficou mesmo!
- Os dois formam uma boa dupla, você não acha?
- Sim, uma dupla ou algo mais? - As duas senhoras deram uma risadinha!
O resto do pessoal já tinha ido embora. Os dois se despediram de D. Amélia e Beth e receberam ainda um chocolate das duas. Afinal, não é pra isso que servem as avós?
Rafael levou Larissa para casa, no caminho os dois conversavam animadamente sobre tudo o que lhes vinha à cabeça! Chegando ao apartamento, se despediram com um sorriso. Larissa entrou no apartamento e foi direto para a sua cama e ficou pensando no que acontecera durante o dia. Tinha sido um dia em tanto! Foi bom trabalhar assim. Lembrou do episódio com a aranha e começou a rir dela mesma e da situação toda. Que vergonha! O que o Rafael deve ter pensado de mim? Ah, o Rafael! Ele até que foi bem atencioso e gentil comigo hoje. Ele me ajudou lá na casa, nem pensou duas vezes quando pedi pra ele ir comigo na casa dele e depois, coitado, teve que ficar me escutando falar da carta da minha mãe e ainda por cima molhei toda camisa dela.
-Lari.
- O que foi?
- Você quer chocolate quente?
- Você ainda pergunta?
- Haha! – As duas se sentaram e Gabi serviu o chocolate quente.
- Me conta uma coisa.
- O quê?
- Com quem você estava sonhando agora pouco?
- Eu sonhando?
- Você mesma! Deitada na cama, abraçada com o seu ursinho olhando para o teto. De certo estava pensando na matéria da faculdade!
- Claro que não. Eu estava pensando no dia de hoje.
- E em um tal de Rafael que estava presente no dia de hoje? Falando nisso, onde é que os dois se meteram enquanto deveriam estar trabalhando?
- Nós fomos buscar dois vasos para as flores qu sobraram.
- E no caminho, deram uns amassos por aí?
- Gabi! Claro que não, nós só conversamos.
- Sei, sei! Você não me engana menina!
- Para com isso!
- Sobre uma carta que minha mãe me mandou. Meus pais estão bem mal.
- Bem mal como?
- Eu acho que eles vão se separar.
- Como assim? Eles sempre foram tão, sei lá. Eles combinam.
- Parece acham que não combinam mais.
- Ai amiga. E como você está?
- Agora até que estou melhor. Mas hoje de tarde tava bem mal, a camisa do Rafael ficou encharcada.
- Coitado dele!