quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Capítulo 10 - Implicância


Gabriela não esperou muito para começar a ralhar com Alex. Mal tinham terminado de almoçar e Felipe já designou as equipes para ajudarem na cozinha. Uma das duplas que ele escolheu para ajudar já no almoço foram Gabi e Alex. Ela queria terminar tudo já de ma vez por todas para se livrar o trabalho e ir passear um pouco pela chácara. Apesar de que, não era só do trabalho que ela queria se livrar, era do companheiro de trabalho mesmo. É claro que ele ficou super feliz em ser escolhido para arrumar a cozinha, então Alex se sentou em uma cadeira e ficou olhando as outras pessoas arrumarem tudo. Gabi não aguentou por muito tempo ver ele daquele jeito sem fazer nada.
- Vai fazer alguma coisa.
- Por que eu deveria.
- Por que nós dois fomos escolhidos para ajudarmos na arrumação da cozinha. E pelo que eu sei não existe dupla de uma pessoa. Infelizmente.
- Pois eu acho que já tem gente demais trabalhando na cozinha.
- Então ta. Você pode limpar as mesas então.
Ela levou mais algumas sobras para a cozinha. Quando voltou ele estava parado na frente da mesa e disse que já tinha terminado. Ela olhou para a primeira mesa. Para a segunda. Se uma criança de cinco anos tivesse que fazer a mesma coisa teria ficado melhor.
- Você chama isso de limpar a mesa? A tua mãe não te ensinou a fazer isso?
- Tentar até que tentou...
- Então você não teve capacidade de aprender uma coisa simples como essa?
- Ter capacidade e ter vontade são duas coisas bem diferentes.
- Ah. Então foi falta de vontade é? Mas agora vai ter que aprender. Com vontade ou sem, você que decide. Espera só um pouco.
Ela nem deu tempo para que ele pudesse dizer alguma coisa, foi até a cozinha e disse aos outras duplas que estavam á que poderiam deixar alguma coisa para ela fazer depois. Que ela primeiro teria que ensinar um tal de garoto mimado como se limpa uma mesa direito. Pegou mais um pano e voltou ao refeitório.
- Pronto. Podemos começar a aula de hoje: como limpar uma mesa direito. Um, Pegue um papel toalha, guardanapo ou um pano para limpar a poça de suco. Dois, ...
- Calma aí, pode ir parando. Se você acha que eu vou ficar obedecendo o que você me manda fazer está muito enganada. Eu não vou limpar mesa nenhuma, muito menos seguir tuas ordens. Senhorita sabe-tudo. Que perda de tempo.
- Ah. Então é assim? Pois eu vou te dizer uma coisa. Eu também não estou afim de perdendo tempo com essa coisa. Com você...
- Então...
- Mas eu não vou sair daqui com essas sujas. E pode apostar que não vai ser eu quem vai limpar elas.
- Meu, que irritante você.
- Pode de chamar de irritante e do que mais você quiser, desde que essas mesas fiquem limpas.
Ele finalmente viu que ela não ia largar do pé dele até que ele fizesse o serviço. Engoliu o orgulho, afinal, ninguém estaria vendo ele mesmo. E no final das contas ele até caprichou um pouco.
- E então? Satisfeita?
- Poderia ser melhor. Mas está aceitável! – disse ela e saiu do refeitório deixando ele lá parado.
- Como assim poderia estar melhor? Aceitável? – perguntou a si mesmo., Se ela pensa que vai ficar assim... Eu ainda vou conseguir tirar um elogio da boca dela. E vai ser nesse retiro ainda!

Gabriela foi caminhando até o chalé de madeira em estilo antigo. Na frente tinha uma pequena varanda e ao redor dele havia flores plantadas. Nela iriam dormir ela em mais oito meninas e também Karina. Larissa, Ângela, Juliane estavam sentadas nas camas conversando. Gabi mal entrou no chalé e já começou a reclamar.
- Como eu posso ser tão azarada? Esse piá é um chato, ele me tira do sério!
- O que aconteceu Larissa querida? – perguntou Ângela – Abra o seu coração!
- Ai, vocês nem imaginam como aquele mimado pode ser irritante na hora de arrumar a cozinha eu pedi para ele que ele só limpasse as mesas. Só isso. Aí ele disse que não ia fazer nada. Vocês sabem que eu não me irrito com facilidade, mas isso foi o cumulo. – Ela suspirou e se jogou dramaticamente em cima da cama. - Eu não vou agüentar isso o fim de semana inteiro.
As amigas dispararam a rir. Ela as olhou com um olhar de desentendida. - Gente, vocês deveriam estar no meu lugar. Ele é insuportável. – Isso não ajudou muito para que elas parassem de rir.
- Essa implicância toda ainda vai acabar em namoro! – Comentou Larissa
- Nem pense em uma coisa dessas!
- Por que não? Ele é um gato! Vai dizer que você nunca reparou nos olhos dele? Castanho escuros, tão penetrantes.
- E o cabelo? É perfeito! A mesma cor dos olhos, meio ondulados, meio compridos, até a nuca.
- Ele parece um príncipe de filme!
- Não exagera Ju!
- Se vocês acham ele tão lindo e tudo mais, por que não trocam de dupla comigo? Alguém se voluntaria?
- Bem que eu queria! – disse Juliane
- Eu não trocaria a minha dupla com ninguém! – Disse Larissa. Isso resultou num coral de “Aaaahhhhnnns” e logo em seguida “Tem alguém apaixonada, tem alguém apaixonada, tem alguém apaixonada,...”
- Não é pra tanto! É só que eu gostei da companhia dele, de conversar com ele. Apesar de que eu tenho a impressão de que ele tem dificuldade de falar sobre alguns temas. Parece que em algumas áreas tem uma barreira invisível.
- E quais seriam esses temas? Tem alguma coisa a ver com o passado dele?
- Eu acho que sim. Deve ter acontecido alguma coisa na família dele.
- Ele te contou alguma coisa?
- Só bem pouco, nada que parecia suspeito.
- Nós estamos atrasadas! – gritou Ângela de repente – já são 2:40, nós deveríamos estar 2:30 na capela.
As quatro meninas saíram correndo até a capela. Tinham que atgravessar todo o campo. Como era quase inevitável, Gabi tropeçou no meio do caminho e caiu. Ela tentou levantar, mas estava com muita dor no tornozelo. Ângela e Juliane continuaram correndo até a capela para buscar ajuda. Larissa ficou com ela lá.
Elas ficaram aliviadas quando perceberam que estavam no período de louvor e poucos perceberam quando elas entraram disfarcadamente pela entrada dos fundos. Elas foram falar com Karina. Ela sugeriu que pedissem ajuda a alguém para ajudar a trazer Gabi para a salinha nos fundo da capela. E lá ela teria que esperar até que o período de louvou terminasse pois Suelen que estava fazendo um curso de enfermagem e podeia ajudá-la estava cantando.
Guilherme ouviu a conversa e se ofereceu para ajudar. As duas meninas o levaram até o local onde Gabi estava sentada. Depois de algumas tentativas falhas concluíram que seria mais fácil se ele a carregasse no colo. Para ele, que tinha porte de atleta não foi problema nenhum. Ele a pegou gentilmente como se ela fosse uma escultura frágil que por qualquer movimento brusco poderia ser quebrado. Ele wentou ela em uma cadeira na salinha. E mesmo depois de Suelen ter chego ele se recurou a sair antes se ter certeza de que estava tudo bem com ela.