Capítulo 3
- Ai amiga você viu o Rafael? Ele é muito lindoo, e ele sentou do meu lado no filme e a gente conversou, ai ele é muito legal, ele é tudo!
- Calma aí, respira um pouco, eu percebi que você tinha achado ele bonitinho e que vocês bateram um papo enquanto eles não resolveram o problema do filme, mas eu na sabia que você tinha se impressionado tanto com ele!
- Não é pra tanto também, mas ele... Ah, eu não sei explicar, é uma coisa meio diferente dos outros meninos que eu gostei.
- Larissa Mendes você está apaixonada? – perguntou Gabi quase rindo.
- Não claro que não eu nem conheço ele direito, se bem que...
- Se bem que o que?
- Nada Gabi, nada não.
- Me conta, senão...
- Senão o quê heim?
- Senão eu faço isso...
E jogou uma almofada na amiga, o que não deu outra: começaram uma guerra de travesseiros, ou-almofadas-tanto-faz. Mas tiveram que parar devido a uma pequena interrupção, o bendito telefone!
- Alô! – Foi Gabriela quem atendeu
- Boa noite senhorita Gabriela.
- Mãe?
- Eu mesma, não posso ligar para minha filha da qual eu to morrendo de saudades?
- Claro que pode, mãe. Tudo bem com vocês aí?
- Tudo sim. E você? Está estudando muito? Eu não interrompi você no meio dos estudos né.
- Não, eu acabei de terminar de estudar. – E Larissa disparou uma gargalhada
- Dona Jackeline, sua filha é muito estudiosa, ela acaba de terminar um trabalho sobre as aves, mais precisamente sobre as penas das aves. – Gritou Lari ao telefone.
- E posso saber, o que as penas das aves tem a ver com Botânica, menina?
- É um assunto meio difícil de explicar...
- Que nada, eu sei explicar o seu trabalho em três palavras: GUERRA-DE-TRAVESSEIROS. – falou a mãe.
- Da onde você tirou essa idéia, heim mãe?
- Eu vou te contar, é da sala toda cheia de penas de ganso espalhadas pelo chão...
- Como assim? – E nisso a mãe tocou a campainha da casa.
- Ops. – Falaram as duas amigas juntas.
-Mãe! O que é que você está fazendo aqui? Você podia ter nos avisado. E se a gente não estivesse em casa? E como você subiu pra cá?
- Calma aí, até parece que vocês aprontaram, quer dizer, pela aparência desta sala, até daria pra dizer que vocês aprontaram uma, heim?
- É que, sabe como que é D. Jacke, a gente só estava relembrando os velhos tempos da infância, das festas de pijama e tudo mais.
- É, mas pra uma festa de pijama ainda falta muito. Cadê as pizzas? Os filmes? O brigadeiro de panela? As revistas de fofoca? Vocês não pensaram em nada mesmo, ainda bem que tem uma mãe aqui que pensou em tudo isso. Ah e eu quase ia me esquecendo, A Lanterna...
- Mas o que ta acontecendo aqui mãe? Me explica primeiro, o que você está fazendo aqui?
- Como eu já disse, eu estou com saudades da minha filha.
- Mas como você foi parar aqui?
- O tio Marcelo me trouxe.
- Lá de Campo Grande?
- Não do Amazonas, claro que é de Campo Grande. – falou Larissa no meio
- Tá, mas como?
- O tio Marcelo tinha que reparar uma máquina de um hospital aqui perto e eu perguntei se eu não podia vir junto. Por quê? Você não me quer aqui?
- Claro que sim, eu to super feliz que você veio, mas são 14 horas de viagem.
- Eu sobrevivi.
- Desculpe interromper o interrogatório, mas já que pelo que parece, a gente vai fazer uma festa de pijama mesmo, posso começar a fazer o brigadeiro já? – Perguntou Lari.
- Pode aqui tá a lata de leite condensado, chocolate em pó vocês tem não é?
- Sim. – E ela lá foi pra cozinha preparar o brigadeiro deixando mãe e filha conversarem um pouco...